“Nova oposição” reúne centro político, esquerda tradicional, youtubers e novos grupos antirracismo
Campo que chegou a representar mais de 80% do debate político com expansão da crise tem em comum posição crítica ao governo e à condução durante a pandemia do COVID-19. Protestos nos fins de semana tendem a aumentar coesão de campos pró e contra governo
Atualizado em 15 de junho, 2020 às 10:52 am
Influenciadores são destaque na oposição ao governo; entre políticos, esquerda supera centro
Em detalhamento dos grupos que compuseram o debate político na última semana, observa-se grande centralidade de influenciadores virtuais em três dos cinco diferentes grupos que se mobilizaram contra o governo federal. Os youtubers Felipe Neto e Átila Iamarino se destacaram entre os perfis que criticaram a alteração da divulgação de dados sobre a Covid-19 e o humorista Whindersson Nunes mobilizou perfis não alinhados em tuítes bem humorados com críticas ao governo federal. Entre os atores políticos, houve baixo engajamento, com destaque para lideranças de partidos de esquerda, como o PSOL e o PT.
Pauta racial supera questões políticas na avaliação das manifestações públicas pelo país
Orientando a mobilização de pelo menos dois grupos no Twitter, o combate ao racismo pautou cerca de 59% dos perfis engajados no debate sobre protestos no país. Além do grupo de militância do movimento negro ‒ que reitera a importância e a legitimidade das manifestações antirraciais no mundo ‒, o grupo sem alinhamento partidário também alertou para os problemas enfrentados pela população negra, inclusive, no Brasil. O debate foi marcado, ainda, pela disputa entre manifestações antifascistas, pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro; e atos pró-governo, que apontam traços terroristas nas manifestações contra o mandatário.
No WhatsApp, site acusado de propagar fake news predomina; No Youtube, imprensa prevalece
O site Jornal da Cidade Online, acusado de propagar fake news, publicou três entre os cinco links mais compartilhados no WhatsApp. Destacou-se, também o alto compartilhamento de uma enquete sobre o projeto de lei que classifica grupos “Antifa” como organizações terroristas. No Youtube, veículos tradicionais predominaram em vídeos sobre a pandemia.