No embate entre saúde e economia, prevalece o medo do impacto sanitário no país, apesar de base pró-governo
Posicionamento de Bolsonaro reorganizou grupos de apoio (que ainda são minoria), desde a semana passada, no debate sobre o coronavírus, mas oposição se unifica para defender isolamento social. No Youtube, imprensa profissional segue em alta
Atualizado em 6 de abril, 2020 às 10:14 am
O medo da doença versus o medo do desemprego
As duas principais narrativas da polarização do debate sobre a pandemia no Brasil vêm ampliando presença nas redes sociais, a partir do engajamento ostensivo do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o receio pelo saldo negativo de mortes e infectados no país, desde a última terça (24), tem relevância bem superior e discussão mais uniforme, com 3,8 milhões de postagens no Twitter; do outro lado, com forte polarização entre defensores e opositores da quarentena, menções ao impacto sobre a economia obtiveram 2,1 milhões de publicações;
Novo aumento de polarização política
Desde quinta-feira (26), com as manifestações de Bolsonaro contra o isolamento social, atores políticos e autoridades de saúde, voltou a emergir nas redes contorno político acentuado sobre a pandemia, com a base de oposição — antes mobilizada pela esquerda — integrada a líderes como João Doria, Wilson Witzel, Rodrigo Maia, Ronaldo Caiado e Ciro Gomes. Desde então, é de 10% a atuação digital pró-Bolsonaro, com o grupo de oposição reunindo o dobro de interações;
Imprensa se estabiliza no Youtube; WhatsApp se alinha ao pronunciamento de Bolsonaro
Vídeos jornalísticos seguem como os de maior impacto no Youtube, confirmando a tendência observada na semana passada. Já no WhatsApp, voltaram a predominar conteúdos alinhados à retomada das atividades econômicas, com notícias de demissões em massa e ataques a atores que defendem o isolamento, como João Doria e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.