30 abr

Em meio à crise de Covid-19, debate político supera menções sobre saúde há 2 semanas

Apesar do aumento de mortos nos últimos dias, atenção ao governo federal, com as saídas de Mandetta e depois Moro, supera preocupações sanitárias desde o dia 16

Atualizado em 30 de abril, 2020 às 2:11 pm

Dias depois da saída de Moro, base alinhada à direita se estabiliza e recupera coesão
No debate político, após um princípio de fragmentação no final de semana, o grupo alinhado à direita no Twitter se consolidou ocupando 16% do debate político na rede social. O desgaste causado pela saída de Sergio Moro do governo não alterou o tamanho do grupo, que voltou a se mostrar internamente coeso. Após a saída de Moro, Joice Hasselmann se tornou o principal alvo, com divulgação de áudio em que supostamente solicita a criação de perfis falsos ao “gabinete do ódio”. No grupo de oposição, composto por perfis que vão da esquerda à centro-direita, destacaram-se críticas à declaração de Bolsonaro sobre o número de vítimas da Covid-19.

 

Com fôlego constante, debate sobre saúde foca em medidas para resolver a crise da COVID-19
No Twitter, o debate sobre saúde tem se concentrado nas medidas tomadas pelos governos federal e estaduais para tentar, de um lado, controlar a disseminação do novo coronavírus e, de outro, resolver a crise econômica causada pela pandemia. Grande parte das menções orbitam a tensão entre endurecer o isolamento social, como forma de conter o surto ‒ postura adotada, sobretudo, por  governadores e prefeitos ‒, e o afrouxamento da quarentena, no esforço de salvar empresas e empregos, conforme tem defendido o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No WhatsApp, saída de Moro é associada ao caso Adélio Bispo e conspirações contra o governo
Os conteúdos mais compartilhados no WhatsApp refletiram a tentativa de reestabelecimento da base do governo após o pedido de demissão de Moro. Links e mídias buscaram ressaltar a integridade do presidente, apontando a omissão e deslealdade do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. A saída de Moro alimentou novas teorias sobre conspirações golpistas, reforçadas em áudios do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.

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