Em 6 milhões de tuítes, menções a mortes por Covid-19 já esperam a marca de 500 mil
Mortes por Covid-19
Atualizado em 21 de junho, 2021 às 2:29 pm
- Alvo de quase 1 milhão de postagens, morte do ator Paulo Gustavo constitui o episódio mais significativo do debate;
- Lamentando as mortes, 40% dos perfis engajados no debate atribuem o saldo negativo da pandemia à má gestão da saúde pública pelo governo;
- Mais de 20% das interações no Twitter contestam o número de mortes por Covid-19 e ironizam a eficácia das vacinas.
Evolução de menções a mortes por Covid-19 no Twitter
Período: 10 de abril a 17 de junho de 2021
Fonte: Twitter
Próximo a atingir as 500 mil óbitos no Brasil, o número de mortes em decorrência da pandemia de Covid-19 virou assunto de 6,1 milhões de postagens no Twitter, entre 10 de abril e 17 de junho, de acordo com um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). Um pico de menções ao tema foi identificado no dia 5 de maio, em função da morte do ator e comediante Paulo Gustavo. Na ocasião, o debate contabilizou 901,6 mil tuítes.
Top palavras do debate sobre mortes por Covid-19 no Twitter
Período: 10 de abril a 17 de junho de 2021
Fonte: Twitter
Top hashtags do debate sobre mortes por Covid-19 no Twitter
Período: 10 de abril a 17 de junho de 2021
Fonte: Twitter
Grande parte do debate atribui o saldo negativo da Covid-19 no país a negligências e ao descaso do governo federal em relação, sobretudo, a medidas de restrição para conter a pandemia e ao atraso na aquisição de vacinas para a imunização da população. Muitas postagens confiam na ‘CPI da Covid’ como expediente de identificar e sanar atuações polêmicas do governo federal. Das principais hashtags usadas no debate, têm destaque #cpidacovid, em 66,8 mil tuítes; #forabolsonaro, em 54.7 mil tuítes; #bolsonarogenocida e #29mforabolsonaro ‒ relativa a manifestações contra o governo, em 29 de maio ‒, que aparecem em 30,4 mil e em 24,3 mil tuítes, respectivamente.
Mapa de interações do debate sobre mortes por Covid-19 no Twitter
Período: 1º a 17 de junho de 2021
Fonte: Twitter
Vermelho ‒ 39,7% dos perfis | 50% das interações
Centrado em políticos de esquerda, profissionais da saúde, e influenciadores e blogueiros da oposição ao governo federal, grupo manifesta indignação com o crescimento recente do número de óbitos por Covid-19 no Brasil ‒ em comparação com o de outros países e, até mesmo, a população mundial. Com menções a recusas de compra de vacinas pelo governo federal, às aglomerações promovidas por manifestações pró-governo, em junho, e ao descumprimento de medidas de restrição pela população, postagens destacam que muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Nesse sentido, alguns perfis demonstram preocupação quanto a possíveis consequências da realização da Copa América no país.
Azul ‒ 16,3% dos perfis | 23,3% das interações
Agitado por jornalistas, comentaristas de direita, empresários conservadores e políticos que apoiam o governo federal, esse grupo questiona a quantidade de mortos no Brasil em decorrência do coronavírus e, ao mesmo tempo, ironiza a eficácia das vacinas para conter a proliferação do vírus; nomeia a pandemia de “fraudemia”, ao apresentar que cerca de 50% das mortes registradas no ano de 2020 não correspondem a brasileiros acometidos pela Covid- 19 e; ainda, postagens – baseadas em relatos individuais “uma pessoa” – mostram possíveis sequelas e reações adversas provenientes das vacinas contra a Covid-19.
Amarelo ‒ 10,4% dos perfis | 6,4% das interações
Lamentando as mortes por Covid-19 no Brasil e manifestando preocupação com o aumento do número de óbitos pela doença, grupo composto por perfis de usuários comuns insiste na urgência da vacinação da população. E em resposta a declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), postagens também reforçam o uso de máscara como uma medida necessária para o combate ao avanço da pandemia.