• Proposta do governo para zerar ICMS alavanca menções a economia, que também é destaque em posts sobre o aumento da fome no país;
• Desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips gera grande pressão no governo;
• Após aprovação do rol taxativo da ANS, pelo STJ, perfis de oposição buscam associar Bolsonaro ao debate, relembrando MP e Leis sancionadas pelo presidente em 2021 e 2022;
  Antes restrita a perfis de esquerda, a alcunha de “preguiçoso”, para Bolsonaro, ganha as redes e se torna um dos principais termos do debate sobre eleições;
• Centro-direita intensifica críticas a Lula, na esteira do vazamento de uma prévia de seu plano de governo contra a corrupção e da associação entre o voto no petista e a defesa da democracia.

A economia segue como o principal tema no debate sobre eleições, com mais de 583 mil menções no Twitter, entre 03 e 09 de junho. O levantamento realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP), que busca identificar os principais temas associados ao debate eleitoral, mostra grande pico de menções no dia 07 de junho, data do anúncio das medidas de contenção de preços para combustíveis. Ainda em relação à economia, destaca-se as menções ao número de pessoas que passam fome no Brasil contemporâneo.

O presidente Jair Bolsonaro esteve entre os principais nomes mencionados no debate eleitoral, com destaque para menções críticas associadas ao estigma de “preguiçoso”. O desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira também foi destaque no debate eleitoral, principalmente em críticas sobre a suposta omissão do governo nas buscas. Já o presidente Lula entrou no alvo de perfis de centro-direita, que criticaram a associação entre votar no petista e defender a democracia.

Evolução de temas no debate eleitoral no Twitter
Período: de 03 a 09 de junho

Fonte: Twitter | Elaboração: FGV DAPP

• A proposta do presidente Jair Bolsonaro de zerar o ICMS para reduzir o valor dos combustíveis potencializou o debate econômico durante a semana. Opositores questionam o quanto a proposta terá impacto real no preço da gasolina e afirmam que a medida tem apenas fins eleitorais. Apoiadores do presidente também falaram sobre economia, elogiando o desempenho do governo no setor;
• A mobilização virtual contra um decreto relacionado a concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal teve destaque no debate sobre segurança. Suspeitas de fraude nas urnas caso o presidente Bolsonaro não seja reeleito também mobilizaram os usuários, que pediram pela atuação das Forças Armadas no processo eleitoral;
• Em Meio Ambiente, a declaração do presidente dizendo que “tudo pode acontecer” com o jornalista e indigenista desaparecidos na Amazônia repercutiu negativamente entre os usuários. Bolsonaro foi acusado de ser omisso diante do desaparecimento e aparelhar a Funai durante seu governo.

Nuvem de termos do debate eleitoral no Twitter
Período: de 03 a 09 de junho

Fonte: Twitter | Elaboração: FGV DAPP

• As menções ao presidente Jair Bolsonaro estiveram no centro do debate sobre eleições nesta semana. Entre as publicações mais retuítes, destacam-se a lembrança da MP 1.067/21, editada pelo presidente, que definiu o rol da ANS como taxativo; posts sobre o encontro de Bolsonaro e Biden; bem como repercussões das medidas de contenção de preços anunciadas pelo governo federal;
• O presidente também foi alvo da alcunha de “preguiçoso”, utilizada por perfis opositores, que criticam a falta de compromissos na agenda oficial, a presença constante em eventos de comemorativos em dias de semana e o períodos de férias registrados em suas redes sociais;
• Na esteira da declaração do apresentador Tiago Leifert, sobre anular voto em caso de disputa entre Lula e Bolsonaro, perfis ligados à centro-direita aumentaram as críticas ao petista, criticando a relação entre votar em Lula e defender a democracia. O ex-juiz Sergio Moro também se envolveu em críticas ao ex-presidente, ironizando seu plano de enfrentamento à corrupção;
• A decisão do STF pela manutenção da cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (UNIÃO-PR) motivou menções a “fake news”;
• A questão econômica também esteve em grande evidência no período, com destaque para os termos “33 milhões de pessoas”, que se refere ao número de pessoas que estão passando fome hoje no Brasil. O termo “milhões de reais” foi utilizado em posts que criticavam o desmonte do programa “Alimenta Brasil” e em tuítes que lembravam o valor de 6 milhões pago pela mansão do senador Flávio Bolsonaro;
• O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips alcançou alto volume no debate eleitoral, colocando-se entre os termos mais utilizados no período.