08 abr

Defesa de Mandetta mobiliza 60% do debate político, cinco vezes mais que base de apoio ao presidente no Twitter

Com ida-e-volta da saída do ministro, base não alinhada migra para grupo de oposição, que se tornou o mais forte do debate sobre a covid-19; no WhatsApp, sentimento anti-China e promoção da cloroquina seguem com relevância à direita

Atualizado em 14 de abril, 2020 às 10:29 am

Adesão de perfis de grupos não alinhados impulsiona oposição a Bolsonaro

Há duas semanas, desde o pico de menções ao coronavírus no Brasil, vem caindo a presença de grupos que não se alinham a bases políticas na discussão — ou seja, perfis que abordam saúde pública, quarentena, entretenimento e cotidiano. Com o debate sobre a possível saída do ministro da Saúde, nesta segunda (06), os influenciadores centrais desses grupos migraram para a base de oposição política a Bolsonaro (que chegou a agregar 60% das interações, ante 12% na rede pró-governo ), reiterando o apoio ao “fico” de Mandetta. O próprio perfil do ministro no Twitter “migrou” para essa base. O engajamento sobre a situação do ministro também fez com que, pela primeira vez em uma semana, fosse superior a 4 milhões de tuítes o debate diário sobre a pandemia.

Os ataques ao ministro

Desde o último sábado (04), intensificou-se na base pró-Bolsonaro a articulação de ataques políticos a Mandetta no Twitter, apesar do amplo apoio que a permanência do ministro retém ao longo do espectro político. Os dois eixos centrais de oposição ao ministro residem na defesa da cloroquina como solução para o coronavírus (e do apoio à promoção de Osmar Terra como ministro) e na divulgação de supostos contratos de publicidade renovados por Mandetta e firmados durante o governo Dilma Rousseff. Nesta segunda (06), porém, o movimento pró-Mandetta capturou boa parte da discussão no Twitter, ainda que com críticas também provenientes de perfis à esquerda.

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